domingo, 31 de janeiro de 2010

Polinésia e Nova Caledônia

Essa foi uma etapa de lições. Mas vamos começar do início...
Hoje estava um tanto cansada, e lembrei que em um dos meus livros preferidos, o de cozinha asiática e da Oceania da Larousse, havia umas receitas extremamente simples no final do livro. Fui lá ver, e as tais receitas eram da Polinésia e Nova Caledônia, e pareciam muito simpáticas e fáceis. O melhor de tudo é que eu só precisava de 5 ingredientes para o prato principal e a sobremesa: frango, inhame, leite de côco, banana e farinha de mandioca.
Era só tacar o frango na água, e depois terminar de cozinhar no leite de côco com o inhame. Quanto a sobremesa, era banana cozida amassada com farinha de mandioca, assada em seguida e finalizada com açúcar e leite de coco. Promissor.
Agora, as lições.
1. Inhames variam de 5 a 20cm. Se a receita não faz referência a peso ou tamanho, P, M ou G, pelo menos, desconfie;
2. Relembrei que não gosto de inhame e só comia porque minha mãe dizia que era bom para alguma coisa que não lembro mais;
3. Logo de cara, tacar o frango na água, sem nada, para cozinhar, é prenúncio de algo que vai lembrar refeições de hospital;
4. Não ache que alumínio vai substituir folha de bananeira. O gosto não é o mesmo, nem as propriedades físicas.
5. Jantar raiz e astral é jantar raiz e astral. Um prato típico de um país com praias paradisíacas, cozido na fogueira sob a luz do luar e com o barulho das ondas não funciona se cozido na água na panela e comido em apartamento regular. Uma boa ambientação pode te fazer duvidar que rato grelhado com molho de coliformes não é lá essas coisas.
6. Simples demais? Nunca. Quando a coisa é simples, os detalhes fazem toda a diferença. Desconfio seriamente que a farinha de mandioca deles não é a nossa de farofa.
Enfim, lamento que não tenha sido muito bom, mas faz parte. Espero que possa ir lá um dia descobrir pratos maravilhosos. E se não, hoje em dia tem McDonalds em qualquer lugar e, naquelas praias, quem se importa?

Tempo: Aproximadamente 2h30min
Receitas: Bougna marmite de frango e poé banana da Larousse da Cozinha do Mundo - Ásia e Oceania.
Dificuldade: Fácil (exceto desgrudar a poé do papel de alumínio, isso foi difícil).
Avaliação: Bougna, bem mais ou menos. O doce estava bom, embora não tenha gostado muito do gosto de farofa no fundo. Acho que não vale o trabalho e não faria de novo.

Bougne marmite: o mais alvo frango de todos os tempos, como em nenhum hospital jamais se viu. Ironicamente, na foto ficou coradinho.



Poé banana: acho que o alumínio não deixa a água evaporar como a folha de bananeira, então o que eram para ser lindos e tostados quadradinhos se tornaram uma massa amorfa.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Primeira parada: Itália

E começa a volta ao mundo! Infelizmente, Paris teve que ser só escala e fui direto para Itália. Depois volto com mais calma.
Tudo começou com algumas restrições que eu não pude ignorar. Eu tinha uma caixa de champignons frescos (?) já vencidos, mas ainda comestíveis (isso eu só vou ter certeza amanhã) e muitas maçãs, das quais muitas já foram para lixeira. Parecia fácil fazer um menu francês com isso, mas não foi. Pelo menos não achei nada que apetecesse.
Acabei então com um italiano: risotto ai funghi como prato principal e crostata di mele como sobremesa.
Foi um bom começo, as receitas foram fáceis e saíram em aproximadamente duas horas. Isso não é muito para a minha velocidade usual, acrescida da ausência de aparelhos elétricos (e não elétricos também - vou começar as compras pelo rolo de pastel. Dessa vez deu para esticar a massa da torta na mão grande, mas sinto que no futuro vai fazer falta).
Mas o importante é que ficou muito bom, e o resumo da história é a seguinte:
Tempo: aproximadamente 2h.
Receitas: Risotto ai funghi, do site italiano Al Femminile (http://www.alfemminile.com/w/ricetta/r245/risotto-ai-funghi.html) e crostata do livro da Ina Garten "Back to Basics". Essa, confesso, foi meio roubada. O nome da torta é torta francesa de maçãs. Mas, para mim, essa é a típica crostata. E pelo que vi na internet, é mesmo.
Dificuldade: Fácil
Avaliação: Muito bom!

O gosto está bem melhor que a cara, eu garanto :)



E a crostata até que ficou bonitinha!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

E me vem a idéia nada original do trocadilho

Comida é algo muito simples e indispensável à sobrevivência, mas ao mesmo tempo pode assumir uma sofisticação impraticável ou significados impensáveis.
Para mim, comer é uma das melhores coisas da vida. É sentir a fome sendo saciada. É tornar um momento obrigatório em momento de prazer. É poder parar por uns minutos mesmo tendo milhares de coisas para fazer. É poder ter uma desculpa para deixar as obrigações de lado e ficar com os amigos e a família. E quando estou na pior, ou mesmo na melhor, um livro de culinária, ou ver receita na internet, é o meu prozac. Porque um livro de culinária não tem pretensões ou mensagens subliminares, não tem filosofia nem lição de moral, sofrimento nem alegria, nem romance nem abandono. Só dá fome. É um relaxamento para a alma e para o coração.
E é juntando essa minha paixão à de viajar - algo que adoro fazer, mas que por impedimentos academicos (trabalho e estou terminando o mestrado em poucos meses, então férias e fim de semana livre para mim é utopia) não posso fazer, que tive essa idéia.
Com a ajuda desse trocadilho nada original, de dar a volta ao mundo em 80 pratos, é que me arranjo um momento livre obrigatório por semana, para não me sentir culpada de não estar estudando para algum projeto do trabalho, escrevendo a dissertação ou pendurada no microscópio. Pretendo fazer pelo menos uma refeição de comida típica de um país diferente toda semana, até completar 80 pratos de lugares diferentes.
Então, a passagem já está comprada e o avião para Paris parte esse final de semana :)